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sábado, 16 de maio de 2009

Rapelay e a propaganda involuntária que a polêmica gera

Existe uma máxima popular (que é senso comum, principalmente na "rebelde" fase da adolescência) que diz que "o proibido é sempre mais gostoso". Pois bem, já reparou que toda vez que a mídia faz alarde com algum produto polêmico, (me atendo ao tema de nosso blog, games) o efeito "polêmica" acaba gerando um resultado reverso ao propósito inicial?Ao invés de repulsa pelo objeto de polêmica, a propagação de comentários escandalizados na mídia acaba resultando numa IMENSA propaganda gratuita para o tal produto que, ao invés de ser esquecido, acaba tendo suas vendas (ou downloads piratas) aumentado exponencialmente.
Jogos como Doom (acima) e Carmagedom foram os primeiros a se beneficiar do "marketing da polêmica"
No mundo dos games este tipo de situação não é novidade e é comum desde que "Death Race" e "Doom" começaram com a onda de mortes e sanguinolência digital a quase 20 anos se repetindo toda vez que algum produtor de games resolve chamar a atenção do concorrido mercado de games, lançando algo com altas doses de violência, sexo, drogas ou tudo junto (como a adorada série GTA).
Repare o que aconteceu com séries como Postal, GTA e Manhunt, campeões em download ilegal na internet, requisitadíssimos depois da propaganda gratuita que a proibição desses títulos aconteceu em diversos países impedindo a venda em lojas.

GTA SanAndreas tinha um mini-game de sexo explicito, escondido que o fez ser proibido e obrigou a desenvolvedora a fazer um "recall" do produto.O que não resolveu nada já que pode ser baixado facilmente até hoje na net...
No Brasil, vários jogos também foram alvo do "Marketing da polêmica", tais como Carmagedon e Duke Nuken (que parecem bem infantis para os padrões atuais) e mais recentemente Counter Strike e Everquest (não entendo porquê, já que a anos ninguém joga esse). No caso de CS, a tal proibição só serviu pra deixar os menores cada vez com mais curiosidade de jogar o clássico game de tiro da Valve, nas lanhouses de fundo de quintal espalhadas pelas periferias.
Bem, a bola da vez é o game hentai japonês Rapelay que coloca o jogador na pele de um estuprador que começa molestando uma mãe e suas filhas no metro até estrupa-las, sendo que, ele deve conseguir forçar as garotas a abortar, caso contrário perde o jogo.Doentio como todos os games eróticos japoneses que podem se baixados facilmente na internet (EI, NÃO FAÇA ISSO GAROTO!VOLTA PRA PÁGINA DO BLOG, SEU TARADO!!^^) e é comum o uso de temas como o citado além de outras perverções como incesto, homossexualismo, etc.
RapeLay, o beneficiado pelo Marketing da polêmica da vez...

O game foi proibido em vários países desde que o popular site de vendas online Amazon decidiu vendê-lo, e se tornou alvo da mídia brasileira depois que camelôs começaram a vender aos montes nas ruas de SP, justamente quando os debates sobre legalização ou não do aborto estão fervendo no país. Ao invés de abominação, a propagação da revolta que o game causou em pais, religiosos e pessoas "de bem" só serviu para aumentar sua popularidade entre os rapazes no calor da puberdade e despertar curiosidade entre os fãns de games.
Eu mesmo, quando lí a respeito em um jornal distribuído gratuitamente por um ministério evangélico (que por sinal dedicou uma página inteira ao game), confesso que dei uma espiada no Google para saber como era a coisa (calma, eu não baixei esse troço!hehe) e qual não foi a surpresa ao ver mais de 100 páginas em português dedicadas a comentários "escandalizados" sobre o game! Resultado: o jogo é vendido ilegalmente no país, não há como se impedir os downloads e ainda por cima não se pode enquadrar o game em nenhuma lei vigente...Daí eu volto para o início do texto: de que adiantou se falar tanto sobre o game, senão para tornar a sua procura cada vez maior em sites de buscas e torrents da vida?
Não sou de acordo com a idéia de que se deve banir games por seu conteúdo, até por que, como já se pode perceber, essa atitude não tem eficácia alguma. Os games como qualquer outra forma de arte, expressam idéias de seus autores, as vezes, essas idéias não são adequadas ou aceita socialmente, mas é inevitável que elas surgirão cada vez mais e são cada vez mais acessíveis com a era do "compartilhamento" na internet graças ao acesso a banda larga.
Na humilde opinião deste que vos escreve, a melhor alternativa para se evitar o contato das crianças (que realmente podem ser influenciadas por certos tipos de mensagem, já que ainda não teriam uma noção exata de moral formada) ainda é a atenção de seus responsáveis e o cuidado com o que deixar ou não a criança ver, mas através do diálogo e não simples proibição. Acontece que as crianças hoje em dia tem a TV e a internet como principal formador de caráter, já que a vida corrida (e a tecnologia, feita para nos manter conectados acaba separando-nos cada vez mais...) reduz gradualmente o tempo de convívio de pais e filhos, essencial para seu desenvolvimento, resultando na busca por referencias nos locais citados acima, muitas vezes levando a sites e programas totalmente inadequados, o que resulta infelizmente, em cada vez mais futuros consumidores para games como Rapelay... Como Cristão e fãn de um bom videogame espero sinceramente que a conscientização venha a acontecer e que essa situação possa mudar.

Um comentário:

  1. É nois na EGM Zine (agora EGW) de novo!^^ (Yesssss)hehe, desculpe a empolgação...saiba mais na edição da revista EGW de Julho/09

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