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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Jogando Amnesia The Dark Descent - Justine (DLC)

Graças ao Humble Bundle V, finalmente tive a oportunidade de jogar alguns games que a muito tempo tinha vontade de terminar (praticamente todos do pacote, na verdade) mas por hoje vou falar de um game que me deixou arrepiado (de medo) em 2010 quando joguei a demo: Amnesia - The Dark Descent.
Trata-se de um  fantástico survivor horror em 1ª pessoa desenvolvido pelo pessoal da Frictional Games, um pequeno estúdio indie que foi responsável pela (injustamente) obscura trilogia Penumbra.
Amnesia aliás é considerado como sucessor espiritual da série e de fato traz uma evolução de muitas das mecânicas vistas em Penumbra.
Sua fiel e nada econômica lamparina é a única companhia na maior parte do jogo. Além dos monstros que querem de comer, claro.

A diferença é que ao invés de se passar nos dias atuais, Amnesia leva o jogador ao século XIX para assumir o controle de Daniel, um jovem que acorda com amnesia em uma estranha mansão onde encontra uma carta supostamente escrita por ele mesmo avisando que corre perigo e deve encontrar o proprietário do lugar, chamado Alexander e mata-lo, avisando também que algo sombrio está a caça de Daniel e que não é possível lutar contra isso apenas fugir. Sem alternativas, resta ao jogador guiar o personagem pelas escuras alas da mansão em busca de respostas, resolvendo vários puzzles e fugindo dos perigos que o rodeiam.
O grande diferencial de Amnesia para os outros survivor horrors atuais é a fragilidade do protagonista, tanto referente a limitação física, já que ele não pode usar nenhum tipo de arma para se defender, quanto mental, já que a sanidade dele está bastante instável, sofrendo muito quando ele fica em ambientes muito escuros por muito tempo, ou ao ver situações perturbadoras, ou monstros. 

Tcha-ram!hehe

Dai vem o grande conflito para o jogador: administrar essas limitações já que  única maneira de escapar dos monstros é fugindo ou se escondendo nas sombras, porém se ficar tempo demais nelas o personagem perde sanidade e começa a ter alucinações e em casos extremos, saúde e controle dos movimentos.
A ambientação do game é perfeita e tanto os gráficos como o áudio e o enredo tornam o jogo uma das experiências mais imersivas do gênero. Por mais experiente que o jogador seja é praticamente impossível não ficar tenso em alguns momentos, mesmo que na grande maioria das vezes o perigo não seja real.
Bem, recomendo fortemente esse jogo para quem curte games de terror e adventures. 
Além de bastante parecido do Penumbra, o jogo lembra bastante em alguns momentos clássicos como Silent Hill e Clock Tower  pelo clima de tensão constante e terror psicológico.

Main Menu de Justine. Nada de load game..perdeu? Recomece.-Simples assim.^^

O bacana é que além da campanha principal que leva entre 7 (se você for corajoso) a 14h (se você for um chorão sem senso de direção como eu) para dar a Daniel as respostas que ele precisa (não sem antes trazer algumas surpresas e revelações perturbadoras sobre do passado que ele mesmo preferiu esquecer), a Frictional criou um DLC como parte da campanha de lançamento do game Portal 2 naquele grande ARG que a Valve fez na época envolvendo vários games indies, e esssa expansão, entitulada "Justine"  traz uma história completamente nova situada alguns anos depois dos eventos mostrados na história principal. 
Essa DLC apesar de curta, levando pouco mais de 45 minutos de gameplay, 20 se o jogador souber o que fazer, para se terminar, porém com um diferencial que aumenta bastante o desafio e com certeza afastou muita gente dela: não permite salvar o jogo.
Uma das "muletas" que Amnesia dava ao jogador era justamente o fato do jogo salvar automaticamente sempre, nunca deixando que o progresso impedido por um encontro repentino ou fuga mal sucedida de algum monstro fosse grande. Em Justine um erro pode força-lo a recomeçar sem perdão. 
Levando-se em conta que o jogo coloca situações mortais logo no começo, esse detalhe pode tornar a experiência um pouco frustrante. 

Justine traz monstros inéditos, todos homens, outrora pretendentes da bela e sádica Justine , agora vítimas dos experimentos bizarros da moça.

Porém, como citei, o jogo é curto e em poucas tentativas dá pra se dominar o percurso, se o jogador perseverar. Justine traz um modelo novo de inimigo e alguns detalhes visuais a mais que o jogo original. 
O enredo traz mais uma pessoa desmemoriada acordando em um ambiente hostil, só que dessa vez a protagonista é uma garota. Ela acorda com amnesia (só pra variar^^) trancada em uma cela com um gramofone dentro. Ao faze-lo funcionar, uma voz gravada se apresenta como Justine, uma aristocrata francesa, dona do lugar e diz a protagonista que ela está participando de um experimento, uma prova de sobrevivência e caráter, onde deverá fazer escolhas para avançar. 

Conforme avança, você vai descobrindo mais detalhes sobre a assustadora personalidade de Justine.

A voz diz para encontrar outros gramofones no caminho avisando que "todos podem ser salvos" e que sempre há um jeito. Quem jogou Portal  logo percebe a referência  a  I.A. GLaDOS e seus testes com a protagonista Chell no game da  Valve.
Ao sair das celas já dá pra entender o que a Justine quis dizer com "todos podem ser salvos": trata-se dos prisioneiros que a jovem encontrará no caminho. São 3 no total, cada um sujeito a uma morte cruel. O maior desafio da DLC é conseguir termina-la salvando esses três prisioneiros, já que você é tentado a mata-los  para  abrir o caminho mais fácil  para o próximo teste, evitando contato com um dos três monstros do jogo. 
Se quiser salvar um prisioneiro precisará resolver puzzles nos dois primeiros e se arriscar bastante para salvar o terceiro (esse é bem difícil). 
O final tem uma pequena variação no caso de salvar seus companheiros de cativeiro, mas me fez perder muito tempo tentando descobrir como. Acabei deixando o ultimo morrer na ânsia de ver como a coisa terminava de vez, depois de horas... 

Esse é de longe, o trecho mais difícil da DLC. Fugir de um dos pretendentes (agora um monstrão) de Justine deixando um inocente como isca, ou arriscar os poucos segundos de vantagem para tentar salva-lo? 

Assim como no jogo original a história vai sendo contada pelos diários que você encontra e nos áudios que a Justine deixou gravado. Você descobre que os monstros que aparecem em seu caminho são experimentos passados de Justine, todos relacionados com jovens que um dia se apaixonaram pela moça. No final sua identidade finalmente é revelada e após o encontro com uma GLaDOS medieval, a sádica Justine obtém sucesso em seu experimento sobre a mente humana, seja o resultado "bom" ou "mau". Estou tentando evitar dar mais spoilers, mas cara, a Justine  dada a devida proporção, é mais terrível que o vilão do original, Alexander, pois é bastante cruel somente por prazer ou curiosidade. Praticamente uma versão feminina do Marquês de Sade, ou mesmo Calígula.hehe
Tirando o detalhe chato de não poder salvar, a mini história da Justine é tão intrigante e perturbadora quanto a saga de Daniel, além de fazer referências muito bem boladas a Portal. Os caras da Frictional são geniais! 
Concluindo, Justine é uma excelente adição para quem terminou o jogo original, além de ser gratuita ainda tem um enredo bacana, desafio razoável e faz até um link com a história principal quando se encontra uma carta de Daniel. Muito bom, mas pouco recomendado para quem tem baixa resistência a frustração ou morre de medo dos monstros do jogo.hehe.

Além do DLC oficial, ainda existem dezenas de mods, chamados no jogo de "custom histories" feitos por fãs , sendo vários muito bem feitos com histórias tão apvorantes quanto as oficiais. Vale a pena conferir. 
Justine já vem junto com o jogo se você comprar a versão Steam, mas pode ser baixada adcionalmente caso tenha outra versão. 

2 comentários:

  1. Jogue o through the portal, excelente custom story.

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    1. É o que continua a história seguindo o final good né?No mundo do Alexander. Vi essa tbm^^

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