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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Jogando: I am Alive (PC)

I am Alive foi mais um daqueles games que passaram por um processo de desenvolvimento conturbado. Anunciado em 2008 como um projeto revolucionário da Ubisoft supostamente encabeçado pela designer-musa jade Raymond (Assassins Creed), o game prometia uma experiência inédita de gameplay colocando o jogador como um dos poucos sobreviventes de um cataclisma que destruira a cidade onde vivia. Com o interessante trailer exibido na E3 daquele ano o hype dos público foi as alturas mesmo sem exibir nada de jogabilidade do game. Pouco depois a Ubisoft informou que Jade não estava trabalhando no título e sim a  Darkworks (Alone in the dark 4, Cold Fear)
Apesar da expectativa,a produção do jogo passou por diversos problemas: troca de estúdio, de equipe, atrasos e em 2010 pouca gente ainda esperava pelo título.
O primeiro trailer de I am Alive deixou muita gente empolgadíssima.

Foi então que no ano seguinte a Ubisoft anunciou que o jogo ainda seria lançado porém com várias mudanças. A equipe original deu lugar a Ubi ShanGai e o jogo foi totalmente refeito, no entanto, seria lançado apenas para download nas redes online do Xbox 360 e do Playstation 3. A versão PC foi descartada (!?) e finalmente o jogo acabou sendo lançado...em março de 2012!
O título dividiu opiniões entre público e a crítica:  alguns deram notas boas outros o acharam medíocre. A maioria das reclamações dizia respeito aos gráficos  que realmente eram pobres e também a curta duração da campanha, principalmente pelo jeito que termina, dando a impressão de ter sido um  produto concluído às pressas. Apesar das críticas e desses problemas todos eu estava bastante interessado no game. E pelo que vi nos consoles achei bem interessante.

Mei: "Vamos ter que descer isso?" Adam: "Sim querida, mas não se preocupe, vai ser divertido!" -minutos depois ambos caiam para a morte eminente. Aconteceu comigo...

O tempo passou e seis meses após lançada a versão do Xbox, a Ubisoft resolve mudar de idéia mais uma vez e "prestigiar" os PC gamers com o port do jogo e finalmente o lançou no Steam e no Ubi Shop dias atrás. 
I am alive coloca o jogador na pele de Adam Collins, um homem comum que se vê separado de sua esposa e filha após um cataclisma nomeado no jogo de "O Evento", que transformou a America (talvez o mundo) em ruínas assoladas constantemente por tempestades de areia. Um ano após o tal evento,o protagonista consegue retornar a cidade onde morava, a fictícia Haventon, armado apenas com uma pistola sem balas e a coragem.

Detalhe Curioso: apesar de ter citado o nome do protagonista (que pesquei do amigo Marcos em seu excelente review do jogo), em nenhum momento durante a trama ele é revelado.Na verdade Adam é o nome do protagonista da primeira versão do jogo, usei no texto pra não ficar chamando ele de "protagonista" o tempo inteiro.^^

A narrativa é bem interessante sendo contada em flashback através das filmagens que Adam faz em sua câmera digital (que ele milagrosamente consegue manter intacta) durante o game que estão sendo assistidas por uma mulher. Ao chegar a cidade ele não encontra a sua família e sim uma pequena garota, com a mesma idade de sua filha e a salva de bandidos. A partir dai se vê forçado a ajuda-la a voltar para sua mãe. O que acaba sendo bastante complicado.

Ao encontrar a pequena Mei, o protagonista se sente responsável por ela e faz de tudo pra leva-la em segurança a sua mamãe.

O gameplay do jogo apesar de trazer elementos conhecidos dos jogos de ação, é peculiar em vários pontos e foca bastante na questão da sobrevivência: diferente de survival hoorros normais como Resident Evil e Silent Hill, o personagem não tem acesso a muita munição ou armas extras. Você começa com a arma descarregada e nunca vai encontrar um cartucho cheio, dai é preciso se virar e improvisar. 
O conceito mais interessante do jogo pra mim é este dos combates baseados em intimidação: Sua pistola não tem balas, mas os inimigos não sabem disso. Como a maioria dos inimigos também não possui armas de fogo fica fácil intimida-los. Basta apontar a arma e eles vão pensar duas vezes antes de te atacar, dando tempo para faze-los recuar, rende-los, ou pegar um desprevinido.Porém se demorar demais com a arma apontada, um deles pode desconfiar que você está blefando e partir pro ataque.  A AI é bem interessante e reage legal a essas situações. Geralmente você é atacado por grupos com um ou dois caras armados com pistola e os outros com machete. Quando você surpreende um inimigo que tenha arma de fogo, você ganha uma bala, que pode usar para matar o segundo e lutar na base da machete com o terceiro. Então assim que consegue o machete é possível pegar os inimigos de surpresa, esperando o líder se aproximar.

Se você ficar parado Adam tenta acalmar os ânimos e ganhar tempo enquanto o inimigo se aproxima.

Outra situação interessante é com os sobreviventes. Nem todos são amigáveis e alguns apontarão a arma pra você assim que entrar em seu território. No entanto, se você não correr e não sacar sua arma eles o deixarão partir. Por isso, na maioria dos casos a regra é só apontar a arma quando tiver certeza que se trata de um inimigo. Sinceramente, nesse aspecto o jogo é muito realista e torna a exploração extremamente tensa. Não sei como não pensaram em um esquema parecido antes!

Pela metade do jogo você ganha um arco e as coisas ficam (um pouco) mais fáceis.

Outro destaque do gameplay é a constante necessidade de se utilizar a habilidade do personagem para escalar as ruinas da cidade. Apesar de ser apenas um cidadão comum, Adam tem um talento surpreendente para o alpinismo e não deixa nada a dever a mitos como Lara Croft, Nathan Drake e os Assassinos de Assassins Creed, no entanto, como o jogo tenta ser realista, ao contrário dos personagens citados Adam não tem uma resistência infinita. Se ficar muito tempo pendurado ele cai, mais precisamente o curto tempo que dura a sua barra de Stamina. Esse detalhe deixa as escaladas tão ou mais tensas que os combates pois nunca se sabe se vai dar tempo de chegar ao topo antes que ele se esgote. Caso ela acabe, é possível fazer um "esforço extremo" onde Adam tira suas ultimas forças para se movimentar, gastando permamente mente a barra de stamina. Ela pode ser recuperada depois com itens, mas só se você os tiver.

Não acaba stamina, não acaba stamina!!

Além das subidas, existe outro elemento que pode ser fatal a saúde do heroi: a areia. A cidade está tomada por poeira e em algumas áreas ela é tão densa que forma uma espécie de névoa que além de tirrar quase toda visibilidade, consome a barra de stamina. 
Para compensar demora a ubisoft deu uma melhorada significativa nos gráficos e adcionou um modo noob "easy" para jogadores casuais.Neste modo, os continues (retry) são infinitos, e o protagonista tem uma resitência maior.
 No modo normal o jogo começa com apenas 3 retrys. Eles são importantes porque o game so salva quando você chega ao fim da missão corrente. Se morrer antes e não tiver um retry, terá de começar o capítulo inteiro.

Vivendo em um mundo sem leis as pessoas podem se revelar bastante cruéis.

Essa opção de design torna o game mais desafiador, mas também frustou muita gente nos consoles porque algumas fases são razoávelmente longas e cheias de pontos perigosos. As vezes você pode cometer um erro perto do final da missão e perder tudo.Os retrys permitem continuar de onde parou quando morreu. Para minimizar esse problema o jogador pode tentar encontrar raros retrys escondidos no jogo ou sair a procura de sobreviventes. Existem 20 ao todo e para cada um que é ajudado se ganha um retry. O problema é que quase todos os sobreviventes precisam de algum valioso recurso seu, geralmente itens de cura ou comida, ai vem mais um dos dilemas do jogo, pois você pode precisar muito do item que vai ceder ao sobrevivente. Mas no geral vale a pena ajudar que encontrar pela frente.


Concluindo, já que esse texto está enorme, I am alive é um jogo com idéias incríveis, que mesmo não exporando-as tanto como poderia e tendo uma duração bem curta (entre 6 a 8h) é uma experiência única e recomendada para fãs do gênero survivor (sem horror) divertindo bastante. Pena que termina de maneira brusca e sem concluir a história de Adam. 
Pessoalmente eu estou preferindo jogos com curta duração (contanto que sejam interessantes) a games enormes que são mais-do-mesmo. 6 horas tá ótimo pra mim. Se tiver 15 obamas sobrando vale a pena!

Página no Steam: http://store.steampowered.com/app/214250/
Não tem cartão internacional? Tem na Nuuvem também.

3 comentários:

  1. Muito bom o review chapa, realmente as idéias do jogo são incríveis, aposto que se tivesse sido bem planejado e ganhado um tempo significativo para sua produção teria sido um jogão épico.

    PS: Eu curti Cold Fear, hehe!

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    Respostas
    1. Valew chapa!^^
      Pois é, creio quye pela pressão de lançar de uma vez, o jogo não teve o refinamento que merecia. acabou sendo um jogo do estilo "ame ou odeie", mas apesar dos defeitos e curta duração, é um jogaço!To rejogando no modo survival e to curtindo.

      Pô Cold Fear é massa! Foi outro que acabou sendo menosprezado. Aposto que se tivesse saido antes de RE 4 teria feito sucesso!

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  2. Poxa, JC, obrigado pela indicação. :)

    Ótima análise. Acho sensacional conhecer a opinião de outros jogadores a respeito de títulos que estou jogando. A gente acaba pegando detalhes que deixamos passar, muitas vezes.

    Esse lance da câmera digital é realmente estranho, né. Poxa, haja bateria...rs O que você comentou a respeito da IA do jogo, quando encontramos os inimigos, é sensacional, mesmo. Os caras podem mesmo acabar percebendo que você está com uma arma vazia em mãos e partir pra cima de você.

    O legal é que aí você pode tanto atirar, caso tenha munição, ou matá-los com a machete (se der, dependendo da situação, né). Já passei por situações assim, e já me dei bem e também me lasquei.

    De qualquer forma, acho que é um jogo que vale muito bem os 15 dólares, viu. Estou gostando bastante. :D

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