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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

God Hand - Review (PS2)

O Clover Studio foi uma subsidiária da Capcom que em seu curto período de existência, trouxe aos gamers jogos extremamente cativantes como a franquia Viewtiful Joe e o já clássico Okami. Ambos viraram unanimidade entre a crítica e figuram em qualquer lista de “melhores jogos do PS2 de todos os tempos”, entretanto, a equipe liderada por Shinji Mikami é responsável por mais um game que apesar de não
ter alcançado o mesmo destaque dos demais é considerado uma jóia entre os fãs de um gênero que nunca se deu bem na geração 3D.
Trata-se de God Hand, um dos melhores beat’em ups que já vi. Um jogo que dividiu opiniões por suas falhas técnicas e repetitividade, mas premia quem se propõe a encarar a hilária história com uma mecânica de combate viciante, desafio que remete aos melhores clássicos do gênero e personagens bem carismáticos.

História

O enredo, como de praxe em todo jogo desse estilo é mais uma desculpa para a porrada desenfreada do que qualquer coisa, mas não deixa de ser interessante. Vale ressaltar que ao contrário do que possa parecer, o clima do jogo é de comédia  nonsense e não se leva nem um pouco a sério, na mesma linha de clássicos como Secret  of Monkey Island, Earthworm Jim e M.D.K,  carregado de referências a cultura “pop” e altas doses de humor pastelão. Para você ter uma idéia, a história se passa numa espécie de velho oeste americano, porém muito parecido com um Japão feudal cheio de punks(!?) e envolve demônios atrapalhados, gorilas western, “Power Rangers anões de meia-idade”, Chihuahuas venenosos e dançarinos Black Power, só pra citar alguns inimigos...

Gene é um aventureiro metido a durão que ao tentar salvar uma garota que estava sendo atacada por uma gangue esquisita toma uma surra e acaba tendo o seu braço direito decepado. Ele é salvo pela garota e descobre que ela é a ultima sobrevivente do clã responsável por proteger a “God Hand”, uma arma de poderes inimagináveis e está sendo perseguida por um grupo de demônios chamado de “os 4 devas” que querem o poder da God Hand para ressuscitar seu mestre.  Ela então dá a ele esse poder para substituir o braço perdido e passa a obrigá-lo a protegê-la. Virando um alvo, por ser o detentor da God Hand, Gene termina aceitando a contragosto a dura missão.

Assim ele e Olivia (a tal garota) viajam pelo mundo tentando impedir os 4 devas ao mesmo tempo em que são perseguidos por todo tipo de bandidos a serviço dos vilões. O enredo do jogo foi um dos pontos criticados por sites especializados como o IGN, pela sua simplicidade espartana. A história é apresentada por cutscenes rápidas (porém engraçadas)  entre as fases de maneira bem superficial. Na maioria das vezes se resume a Gene entrando no quarto do hotel onde Olívia está escondida, resmungando sobre fase anterior enquanto ela mandona, ordena que vá para outro lugar continuar a luta. Ele resmunga, mas sai correndo quando ela levanta o machado insinuando a retirada da Godhand...
A verdade é que o jogo não faz a mínima questão de focar em história ou continuidade. Numa fase você está num circo e na outra, numa montanha, depois em um porto... Nada anormal pra quem jogou Streets of Rage 2^^, mas uma falha grave em dias em que os games se esforçam cada vez mais para serem filmes interativos. GH na verdade é uma ode aos tempos em que games focavam mesmo era na diversão descompromissada.

Jogabilidade

God Hand segue a linha de clássicos como Final Fight e Streets of Rage. Na grande maioria das fases o jogador começa em determinado ponto e deve chegar a outro enfrentando uma legião de inimigos até chegar a área em que encontra o(s) boss(es). Em alguns momentos é necessário tomar as chaves em posse de determinados inimigos para abrir a porta que leva a outra seção, salvar pessoas ou pressionar uma seqüência de botões para a saída se abrir, mas nada muito complexo. A regra básica é espancar todo mundo para passar a próxima fase. Repetitivo? Sim, mas muito divertido também graças ao interessante sistema de batalha:

Gene pode aprender mais de 100 golpes diferentes, variando de técnicas de kung-fu a golpes espalhafatosos (e alguns que são galhofa pura). O jogador compra os golpes com o dinheiro adquirido nas fases e monta os combos que vão ser executados pelo personagem. Até 8 golpes podem ser configurados no botão [] e mais 3 golpes nos botões X e ^ e O (geralmente golpes mais fortes ou de fim específico como os “launchers”, “Guard Breakers”, etc). Com criatividade dá pra montar combos muito rápidos ou muito poderosos, dependendo do gosto e da estratégia (e do dinheiro) do jogador, sendo que esses combos podem ser alterados a qualquer momento. Isso torna o combate sempre variado mesmo jogando-se apenas com um personagem durante todo o game, já que vários estilos de luta podem ser literalmente misturados, além de aumentar bastante o fator replay para quem curte completar tudo no jogo já que jogando apenas uma vez não é possível comprar todos os golpes e Power ups.

Além das “tecnics” normais, Gene conta com golpes especiais que são desferidos usando o poder de sua Godhand, esses golpes são usados na técnica “Roulete”, ao acioná-la (botão R1) o jogo fica em câmera lenta e os golpes aparecem numa espécie de roleta e o jogador tem um curto espaço de tempo para escolher. Esses golpes necessitam de energia estocada em “Orbs”. O jogador começa apenas com 2 mas no decorrer do jogo pode aumentar até 5. Alguns desses golpes consomem até 3 orbs de uma vez mas são extremamente poderosos e quebram o galho nas batalhas contra os chefes.(e são MUITO espalhafatosos)^^.
Ainda não acabou: Ao bater nos inimigos, Gene acumula energia que pode ser utilizada para liberar o poder total do seu braço direito por um curto período de tempo. Quando isso acontece a velocidade do personagem aumenta incrivelmente, seus golpes ficam mais fortes e ele fica invulnerável podendo desferir seqüências de golpes como uma verdadeira “metralhadora humana”.
Os controles do game respondem bem mas não podem ser alterados se o jogador quiser mudar. O analógico esquerdo é responsável pela movimentação e o direito ao contrário da maioria dos games de ação em 3ª pessoa não movimenta a câmera mas serve para realizar esquivas, dando toques para cima Gene se esquiva parado como um boxeador (bem legal), para baixo ele dá saltos para trás. Minha maior reclamação em relação aos controles é o fato de que para se correr é necessário dar 2 toques rápidos no analógico esquerdo como nos clássicos de árcade da própria Capcom (Captain Commando, Cadillacs and Dinossaurs etc). Funciona bem, mas ficaria bem mais confortável se existisse um botão de corrida, já que é um dos movimentos quem mais se repete durante o game.

Acima falei da Câmera. Bem, até se acostumar ela pode ser um problema para o jogador: o personagem é sempre visto de costas de maneira similar a Resident Evil 4 porém não é fixada nos ombros. Ela dá uma boa visão do alvo que está logo à frente, mas deixa o jogador sem saber o que se passa ao redor do personagem. Como na maior parte do game, ele se encontra cercado por 3 ou mais inimigos, não é raro levar um golpe por trás enquanto se tenta atacar quem está a frente, o que pode ser fatal. Talvez isso tenha sido intencional já que o game te força a prosseguir com cautela durante as fases. Quem jogava Final Fight e SoR sabe o quanto era importante avançar devagar e enfrentar os inimigos o mais isoladamente possível. Em Godhand o esquema é o mesmo. Correr em direção a saída ignorando os inimigos só serve para atrair todos os que estiverem ao redor para cima do jogador. Enfrentar mais de um inimigo por vez nesse jogo é bem complicado, suicídio nos níveis de dificuldade normal e hard. A regra básica é enfrentar que estiver mais próximo, evitando avançar no cenário antes de dar cabo dele. Fazendo assim fica bem mais fácil encarar os inimigos.

Desafio alto

Uma coisa a se destacar é a dificuldade do game é totalmente “old school”: Só é possível salvar o jogo quando se conclui a fase e geralmente não existem checkpoints, se a determinado estágio tiver 20 inimigos e você vencer 19 e perder para o ultimo é obrigado a fazer tudo novamente. Para complicar ainda mais, alguns inimigos estão possuídos por demônios que aparecem assim que você os derruba. Esses seres são bem mais fortes que os inimigos normais e tem golpes que podem te matar rapidamente. O pior é que aparecem de forma totalmente aleatória, fazendo ser constante a situação dos 20 inimigos que citei acima... Só não é mais frustrante porque as fases são curtas e para compensar na maioria das vezes em que esses inimigos especiais aparecem e  são derrotados te  baús com técnicas ou golpes Roulette aleatórios que você ainda não comprou, para compensar o esforço. Seguindo a estratégia de enfrentar o menor número possível de inimigos por vez dá pra encarar na boa.

Gráficos

Bem, o gráfico é um ponto controverso. Apesar dos personagens serem bem modelados e terem uma animação bem feita, o mesmo não pode ser dito dos cenários que no geral são bastante simples com texturas pouco detalhadas e ambientes constituídos geralmente por quadriláteros com paredes que insistem em sumir o tempo inteiro, no melhor estilo Playstation One, dando a impressão de que se trata de um jogo feito as pressas e mal acabado. No entanto, como se trata de um jogo de luta, esse problema não é tão relevante e não chega a interferir na jogabilidade (ao contrário da câmera¬¬) mas pode incomodar quem coloca o gráfico como quesito primordial em um bom jogo.
Audio

O áudio do jogo segue o clima de humor repleto de sons e músicas engraçadinhas. A música tema mesmo lembra o refrão de um antigo sucesso dos anos 80 em loop. A dublagem é bem legal com vozes marcantes que combinam com o visual dos personagens como a do vilão Elvis, o 1º dos 4 devas que você encara. Com um visual de roqueiro-brega, careca, gorducho o sotaque mexicano dele é simplesmente sensacional.


Extras e Replay

O jogo tem alguns mini-games que servem de passatempo entre as lutas, além de serem essenciais para se conseguir dinheiro ara comprar Power ups:

-Arena: pode ser acessada no shop entre as fases e consiste em 51 lutas com regras variadas que dão certa quantia em dinheiro ao serem completadas, sendo que a 51ª só está acessível após terminar o game e vencer todas as 50 iniciais. É uma boa forma de ganhar uma grana, mas a dificuldade é crescente.

-Chihuahua race: Meu preferido^^. É bastante similar a corrida de cavalos do mundo real, sendo que os simpáticos cãezinhos coloridos estrelam no lugar dos cavalos. Basta apostar uma quantia em um corredor e torcer para que ele vença. É o mini-game mais fácil de ganhar. A dica é apostar no que tiver o menor número de chaces “odds”. Quase sempre ele ganha. Se perder, dê load no jogo e tente novamente. Destaque para os nomes: “vieltifull pup, Mikami’s Head...

-Cassino: Como o nome diz, trata-se de um cassino com mesas de Blackjack (21), slot machines e vídeo poker para você passar o tempo saciando sua cede de jogatina sem gastar grana de verdade

O fator replay é relativamente interessante se você for masoquista. Porque? Bem, depois de terminar as aproximadamente 12 horas nas 8 fases do  jogo você ganha:
-a possibilidade de jogar no modo Hard,
-3 roupas novas para o personagem (todas ridículas^^),  uma fantasia de coelhinha no melhor estilo Playboy para Olivia,
-desbloqueia os golpes mais poderosos para compra na loja (todos caríssimos),
-a opção de ouvir as músicas do game na Jukebox da loja e o primeiro vídeo na TV da loja (os créditos do game na verdade, pra desbloquear os outros é preciso terminar a arena)
-Mais desafios na Arena.
O “porém” é que se você for jogar novamente no “clear game” ganha tudo isso, mas começa sem absolutamente nenhum golpe ou poder que conquistou no game anterior, tendo de comprar tudo do 0 novamente, com a diferença que há muito mais coisa pra se comprar. Levando-se em conta que o jogo não tem nenhuma variação na história é preciso muita vontade de fazer 100% pra jogar de novo (to no estágio 3 ¬¬).

Considerações finais

Bem, trata-se de um caso de “ame ou odeie”: se ainda está lendo isso provavelmente você é um fã nostálgico de beat’em ups ou curte games difíceis e/ou esquisitos. Se for seu caso, CORRA ATRÁS DE GODHAND AGORA porque vale muito a pena. Agora, se você for um daqueles chatos que acham que os jogos devem de ser manifestos artístico-filosóficos, dos que associam qualidade gráfica diretamente à diversão (Noob:) ou foge de jogos difíceis, é melhor deixá-lo com quem curte games de verdade.


O melhor:
  • Muitos golpes e combos;
  • Clima de anime Nonsense (galhofa pura^^);
  • Alto desafio;
  • minigames ridicularmente engraçados;
  • Personagens carismáticos;

O pior:
  • Gráficos dos cenários são bastante pobres e cheios de bugs;
  • A movimentação do personagem e câmera travada;
  • Enredo não muito bem explorado (isso é ruim em beat'em ups?);
  • Dificuldade elevada.
Nota: 8,0

Como imagens falam mais que mil palavras, confira o trailer abaixo:

11 comentários:

  1. Sempre curti jogos desse estilo. Adoraria muito que jogos assim fossem mais valorizados (principalmente os golpes lokos hehehe)

    Aproveite e acesse meu blog:
    jogosdatabase.blogspot.com

    Fui!

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  2. Ae Pedro Guilherme, valew por comentar amigo.Realmente é uma pena que jogos como God Hand são raros hoje em dia, ainda mais com a mistura de ação e comédia tão bem misturados como nele. É um dos meus jogos de PS2 preferidos ever!

    Ah, interessante seu blog, vocês curtem bastante MMO's hein?^^ já estou seguindo lá!
    Abraço!

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  3. cara adorei o post mtu bom ja zerei god hand mais de 20 vezes no medio e no facil agora to tentando no dificil mas eu queria mesmo saber dos golpes raros que sou tao distraido n acho uns golpes qui falam na net ja procurei e n consegui achar nada qu faleo como achar vlws ae se puder ajudar \o

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  4. Anônimo. Você fala dos golpes "GOD"? Tem alguns que só se habilitam para compra na loja lutando na arena ou como prêmios no Jakpot do cassino (aquele do 1º andar, tem que ter muito dinheiro para entrar).
    Cara, jogar no hard realmente é um teste de paciência, mas só neste modo é possível fazer 100% já que alguns itens e vídeos só se desbloqueia no hard. Eu terminei o game umas 3 vezes no normal, no hard eu até tentei mas faltou paciência...XD Valeu pel visita!

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  5. jc na sua opiniao qual estilo é melhor o estilo lutador forte ou estilo lutador rapido tenho o god hand acho muito viciante mas ainda to zerando

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  6. cara adorei esse game ja finalizei ele 10 x no medio e é xou eu ia gostar mais ainda se lansaren o god hand 2 poxa ia ser dimais....

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  7. @Anonimo

    Chapa, na verdade, os melhores golpes são as verõs GOD que só aparecem se vc gastar uma fortuna no cassino ou depois de terminar o game 1 vez, mas eu gostava de criar combos com vários golpes rápidos e terminar com um guard break. Golpes fortes geralmente são mais lentos e só uteis quando so inimigos estão tonteados.

    God Hand é um dos melhores beat'em ups já feitos merecia mesmo uma continuação. Pena que a Capcom abandonou a franquia e a Clover Studius morreu.SAD.

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  8. dae galera meu nome é alejandro meu face ta aki
    www.facebook.com/alejandrothesnakealves

    God Hand para mim é um dos melhores jogos do PS2

    Nele eu tenho uma carreira com:
    Jakebox A liberada: acho que ja começa
    Jukebox B liberada: acho que libera terminando o jogo
    Jukebox C liberada: Libera se vc fechar o jogo sem usar Roletas e ativar a God Hand

    Todas as tecnicas e roletas: existe uma manha para ganhar dinheiro no god hand. primeiro vc precisa saber a faze de cor para saber onde inicia o checkpoint da fase. Então não quebre nenhuma caixa ate o checkpoint. quando vc chegar no checkpoint quebre todas as caixas e mate todos os inimigos mas deixe 1. deixe esse um te matar. quando vc morre o dinheiro que vc ganhou não zera e vc vai acumulando dinheiro desse jeito. faça isso ate juntar o tanto que vc quiser

    Desafio da arena 51 liberado: libera se vc fizer todos os 50. depois de completar todos fale com uma melher que fica no lado esquerdo da entranda num lugar que tem um saco de dinheiro atras dela. Ele te dará a missão 51

    Cara o desafio 51 é muito foda vc tem que enfrentar o Gene (sim isso mesmo o personagem principal) com as duas god hands (igual quando vc enfrenta o Angra). Ele tem uma vida lazarenta é muito foda de acabar com ele. Sem contar que ta no lv.die

    Eu tenho também uma carreira no hard que ta numa fase antes do chefão do penultimo mundo (o cara que vira uma aranha depois uma mosca) esta fase é foda pq é muito longa

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    Respostas
    1. Caramba Alejandro, você é fera!Parabéns! Não consegui vencer todos os challenges, nem habilitar todas as jukeboxes. Terminei 3 vezes, mas todas no normal. Não tive paciência pra encarar no Hard.^^

      Ah, valeu pela visita!

      Excluir
  9. God Hand e um jogo muito fera, zerei ele duas vezes uma no normal e uma no dificil e to tentando zerar dinovo no dificil, ja completei 50 missoes na arena e to tentando derrotar o Gene, o que vai liberar quando matar ele?

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