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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Xenogears - 15 anos e ainda não entendi.


Rapaz, como o tempo passa rápido! Parece que foi outro dia que estava sentado no sofá segurando tenso o controle do Playstation (o normal mesmo. Infelizmente nunca tive um Dualshock no PSX U_U) tentando arrumar um jeito de posicionar os personagens do meu grupo de forma que não fossem massacrados pela décima vez por deus (!? -Com "d" mínúsculo, fique bem claro) um dos ultimos bosses do cultuado Xenogears.

 

Lembro que tinha um "detonado" sen-sa-ci-o-nal da revista Super game power em mãos, que como todo walkthrough dessa saudosa revista, não detonava nada, dizendo algo mais ou menos assim: "agora basta enfrentar o ultimo chefe e ver o belo final do game". Acho que era um gamer melhor naquela época, o Youtube e walkthroughs do gamefaqs.com detalham demais a coisa hoje em dia. Acho também que as revistas daquela época faziam uma grana fácil pra caramba. 
Enfim, o lance é que ontem dia 11 de fevereiro de 2013, Xenogears completou 15 aninhos de vida! O game idealizado pelo casal Tetsuya Takahashi e Soraya Saga faria parte de uma das sagas mais épicas e ambiciosas ja vistas nos RPGs de videogame, mas tanta grandiosidade acabou por arruinar o projeto e criar muita confusão em torno do intricado enredo do game que até hoje encanta e principalmente, dá nó na cuca de muita gente.

Tenho que confessar: na época terminei o game sem entender qual a ligação dos eventos da fantástica intro com o resto do game.
 
Reza a lenda que Xenogears a princípio seria o Final Fantasy VII original, mas a Square teria rejeitado a idéia por achar o enredo denso demais para os padrões da série, dai virou uma IP nova que na cabeça de seus criadores seria o episódio 5 de uma série de 5 jogos, algo parecido com o que George Lucas fez com o primeiro Star Wars, que na cronologia da saga é o episódio 4. O problema é que esse primeiro jogo começou a ficar grande demais e a equipe começou a ter problemas no desenvolvimento e o jogo teve de ser terminado as pressas.
Como resultado o segundo disco começa com muitas cutscenes que explicam parte da história fazendo um resumo do que seria contado nos jogos posteriores e também "adiantam" um pouco o prosseguimento do game narrando o que teria acontecido com os personagens ao final do disco inicial. Não chegou a prejudicar o enredo mas há quem tenha se incomodado com isso e realmente dava pra perceber a diferença em relação a primeira parte do jogo. Em compensação o que resta de gameplay é sensacional e o final, emocionante. Acontece que quem jogava na época não imaginava que haveriam outros 4  jogos. Ainda me lembro da surpresa ao ver "Xenogears Episode V" ao final dos créditos. -E de não ter entendido quase nada do complexo enredo do game, cheio de referências filosóficas e questionamentos em relação a existência humana e dogmas religiosos. 

Cumequié rapá? Vai de reto herege!!

Devo admitir que não lembro muita coisa da época em que joguei, exceto que Fei e Elly tinham problemas com reencarnação e dupla personalidade, Citan era um agente infiltrado para monitorar Fei (toma spoiler na cara mesmo!!XD) , Billy era o padre pistoleiro mais cool que já tinha visto num game, que Rico era um clone do Blanka, a Babel Tower era a parte mais frustrante de todo o game e claro, do boss que tinha nome herege.
Mas a culpa não era apenas da meu "inglês de videogame", o enredo é mesmo complexo pacas. O que me prendia na verdade, era o visual estilo anime, os personagens carismáticos e o sistema de batalhas baseado em combos com os personagens a pé ou a bordo dos gigantescos robês de batalha do jogo, chamados de Gears. 
Mas nunca esqueci das 80 horas que gastei jogando isso no meu velho PSOne, acredito que tenha sido o jogo que mais levei tempo pra terminar na época. 

 Só dá pra entender essa imagem jogando. Ou não.hehe

Hoje o game está visualmente datado e tem uma câmera horrorosa que com certeza impede muita gente de o experimentar, mas ainda vale a pena. Tanto que acabei comprando o disco original japonês do game em um certo site de leilões para abrilhantar minha coleção. Japonês porque uma cópia em bom estado da versão americana custa os olhos da cara e ainda não tenho um Playstation 3 pra comprar o game na PSN...

Cadê coragem pra encarar em japonês agora? Pelo menos a dublagem original é bacana.^^

Se você não conhece o game é mais uma recomendação que faço. Poucos jogos são tão ousados e questionadores como ele. Se conseguir tolerar os problemas da idade tem um excelente RPG pra curtir por um bom tempo. Se curtir mesmo e quiser mais, ainda dá pra sentir o gostinho de longe do original jogando a trilogia Xenosaga do PS2.
Xenosaga herdou a ambição e problemas do original. Seriam 6 jogos que contariam o equivalente ao primero episódio de Xenogears passando centenas de séculos antes. Isso mesmo SEIS jogos pra contar apenas a primeira parte (Não tinha como não dar merda né?). 

 Separados no nascimento?

Foi assim: Os criadores de xenogears sairam da Square após o cancelamento da saga e criaram um estúdio próprio, a Monolith, que levou o projeto para a Namco. Como a empresa era diferente o novo jogo não poderia ter ligação direta com o Xenogears original por isso muitos pontos do enredo foram alterados, mas ainda dá pra perceber vários aspectos, acontecimentos e mesmo personagens ligados ao jogo do PSX. Mas ai a série vendeu pouco e a Namco acabou cancelando também no 3º game.
Xenosaga é pode ser considerado com uma espécie de prequel de um universo alternativo do jogo original, e apesar de ter vários problemas também é bem bacana. Estou a procura do episódio 3 e logo logo falo da trilogia aqui.

Mas voltando a Xenogears, o resultado é que os fãs nunca terão toda a história narrada em games, mas para efeito de consolação existe o Perfect Works, uma espécie de enciclopédia do game abordando conceitos artísticos e de história em torno de toda timeline original. Tudo explicadinho. A má notícia é que só saiu no Japão, mas já existem versões traduzidas para o inglês por fãs.
Navegando pela internet achei esse excelente texto do blog garagem42.com.br que detalha as relações filosóficas e conta um pouco da história das duas séries. Bastante esclarecedor. Vale a pena ler, principalmente pra quem já jogou (contém spoilers).
Além disso através do post citado descobri a existência de uma fantástica adaptação do enredo de Xenogears para um livro em PDF totalmente em português. Também é uma ótima pedida pra quem curtiu o jogo e quer mais.

Link para o Perfect Works (em inglês)

4 comentários:

  1. Por acaso não conhecia bem estas série , mas com este artigo fiquei intrigado. Coisa estranha mesmo tentar fazer a lá George Lucas num jogo.

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    1. É Sharp, o projeto inicial era absurdamente audacioso, talvez ainda mais que as ideias iniciais de Star Wars.Mas a maior diferença era a trama que era muito mais densa e complexa que a saga de George Lucas. Infelizmente nem a Square nem a Nanmco (em Xenosaga) se dispuseram a fazer tudo que os criadores idealizaram. Uma pena. Mas Xenogears ainda é um jogaço. Xenosaga tbm não é de se jogar fora e ainda tem os livros traduzidos por fãs que servem como consolo arbodando toda a história original. Vale a conferida.

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  2. Blanka e Rico Bandeiras; Rico Bandeiras parece nome de ator da novela da globo, hehe, postagem bonita, fiquei ate com vontade de jogar, já tinha visto xenogears e jogado varios jogos de ps1, mais agora deu vontade mesmo em... e que livrão em, são 3,12 mb bem aproveitados mesmo, valeu ai por compartilhar cara !!

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    1. Parece mesmo. Pode ser que Antonio Banderas estivesse bombando no Japão em 1998 na época tbm.hehe

      Se curte JRPG eu recomendo fortememnte que jogo. Ele tem vários problemas (a câmera é horrorosa, o disco 2 é mais texto explicativo que ação) mas ainda é bem jogável e o enredo é pretencioso e ousado com temas que não se vê em nenhum jogo da época.

      Se jogar diz o que achou e obrigado por comentar!!!

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