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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Zerei! - Kadamari Damacy


Hoje em dia o custo de desenvolvimento de um game "triple A" é tão alto que fica cada vez mais difícil encontrar jogos com conceitos originais fora do meio indie, pois as grandes publicadoras não querem investir em um produto que não tenha grande probabilidade de sucesso, o que explica o número cada vez maior de remakes, reboots, versões "HD" e sequências de jogos de sucesso ao invés de jogos realmente criativos.
No entanto, vez ou outra alguma desenvolvedora resolve ousar e dar liberdade a algum designer maluco e surge alguma pérola como Katamari Damacy. Lançado em 2004 para Playstation 2 pela então somente Namco, é tão japonês e diferente de tudo que dificilmente seria lançado no ocidente nos dias atuais.

O Bizarro King of all cosmos e o Prince.

O game na verdade começou como um projeto acadêmico interno na Namco e teve um custo relativamente pequeno ao ser desenvolvido comercialmente, menos de um milhão de dólares. Muito pouco se compararmos a grandes produções como os GTAs do Ps2 que já passavam fácil dos trinta milhões em custo de produção na época, inha uma premissa muito simples: o jogador deveria utilizar apenas as duas alavancas analógicas do gamepad para movimentar uma bola grudenta chamada Katamari por diversos cenários agarrando o máximo de objetos possível. Por "objetos" entenda-se qualquer elemento físico do cenário incluindo seres humanos, animais e construções, só pra citar alguns. Estranho? Espere, ainda não falamos do enredo: Uma entidade chamada "King of all cosmos" (um ser de aparência e comportamento bizarro que parece uma piada japonesa em relação a criação) acidentalmente destruiu todas as estrelas durante um passeio pelo universo e ordena que seu filho "Prince" as reconstrua, usando objetos do planeta terra como matéria-prima utilizando sua fiel Katamari nessa missão. Como o prince é muito pequeno, as fases sempre começam com uma Katamari minúscula, que cresce conforme vão se grudando objetos nela. A regra básica é que a bolinha só consegue grudar em objetos que sejam menores que ela. Quanto mais objetos grudem maior ela fica, chegando a tamanhos apocalípticos no final.
A física do game era impressionante para a época. Apesar do visual simples, todos os objetos se movimentavam de maneira fluida mesmo quando grudados na Katamari.O visual bastante colorido, quadrado e cafona, combinava perfeitamente com o clima de humor nonsense do enredo e para completar a trilha sonora trazia faixas cantandas bem no estilo JPop que grudam tanto no ouvido quanto uma Katamari no game. Difícil de explicar, veja a FANTÁSTICA intro do game e tente entender (melhor não tentar, mas garanto que vai grudar!).


Deu pra sentir o clima "dorgas" do jogo né? Nas cutscenes e objetos epalhados nas fases temos muitas referências a cultura japonesa e cá entre nós deve ser esquisito até para os padrões de lá, mas é muito engraçado e extremamente viciante. 
Nas fases principais o Prince tem de fazer a Katamari chegar a determinado tamanho em um certo limite de tempo, senão deverá encarar a decepção de seu "papai" e o jogador, o game over. Mas existem as fases especiais em que o objetivo é criar uma constelação, como Cancer, Cignus ou Ursa Maior. Nessas fases, deve-se recolher uma quantidade de objetos específicos. Na fase de Cignus por exemplo, o Prince deve grudar o máximo de caranguejos na Katamari. Na de Ursa Maior, ursos, e por vai. 
Apesar de curto, algumas fases podem demorar bem mais que os 10 a 15 minutos porpostos pelo King of all cosmos, pois é preciso descobrir a melhor rota a se tomar para conseguir maximizar a quantidade de objetos grudados. As vezes é necessário avançar para longe do ponto de partida e depois voltar quando a Katamari estiver maior para recolher os objetos da área. É quase um puzzle descobrir a melhor sequência. Quando se consegue é muito gratificante e a recompensa é tragar tudo ao redor. As criaturas que antes te ameaçavam empurrando a bola, ou a ignoravam, saem em disparada correndo e gritando de um jeito hilário.

 Quando a Katamari atinge um tamanho desse é só diversão (e destruição!hehe).

Algumas fases me deixaram quase maluco pois quando a bolinha estava começando a ficar grande o suficiente pra tragar os objetos, o tempo acabava. Aliás, um dos mecanismos de vício do jogo além da mecânica simples, visual licérgico e música grudenta, é essa sensação de "quero mais" ao final de cada fase. Geralmente quando a Katamari fica grande e o cenário começa a ser devorado sem obstáculos, a fase acaba. Uma verdadeira aliciação virtual!
Na ultima fase, o desafio aumenta a um nível que parece impossível: você tem 25 minutos para fazer a Katamari alcançar 300 metros em uma cidade enorme, sendo que na ase anterior, você tinha 18 minutos para que ficasse em 30 metros. Levei algumas horas nessas duas fases, mas é tudo questão de descobrir por onde começar a grudar. Na ultima tentativa, levei 22 minutos para alcançar os 300 metros e nos 3 minutos restantes simplesmente dupliquei o valor. 


 Montanhas, nuvens, prédios inteiros sendo rolados impiedosamente pelo bem da lua!^^

 Meu recorde na ultima tentativa (já ia dar rage quit): 606 metros e 68 centímetros!

É a fase mais hilária do jogo porque o Prince literalmente destroi a cidade inteira: prédios, monstros marinhos, heróis super sentai gigantes e até núvens e montanhas vão sendo grudados na bola monstruosa.  Lembro de um comentário a que ví num vídeo sobre essa fase no Youtube que pra mim é a melhor definição do jogo: "É a prova de que o apocalipse não precisa ser uma coisa assustadora".
Após as hilárias cutscenes finais, que contam com um clipe onde o King of all cosmos e o prince dançam a uma versão Samba (!?) da música tema, a diversão continua nos créditos onde, enquanto uma musiquinha com letra melosa de "união entre os povos e poder do amor" toca, o Prince pode rolar a Katamari pelo globo terrestre tentando grudar todos os países nela, unindo tudo-literalmente.
Pois bem, Katamari Damacy fez um sucesso estrondoso na época em que foi lançado e virou um dos títulos mais cultuados da biblioteca do PS2 até hoje. Como todo título de sucesso teve várisas outras sequências, inclusive para consoles da geração atual que apesar de cansarem um pouco a fórmula, também são divertidos, mas o original e a hilária sequencia We S2 Katamari  são os melhores em minha opinião.
A anos que queria joga-lo até o final mas só recentemente pude adquirir a um preço razoável. Minha única queixa é que não me acostumo de jeito nenhum a utilizar somente os dois analógicos para movimentar a katamari. Para mim seria muito mais fácil utlilizar a alavanca esquerda e um botão qualquer pra movimentar e usar a segunda para a câmera, como em jogos mais normais. Sofri um bocado com a movimentação, mas mesmo assim foi bem divertido.
Se não conhece a série e curte jogos com temática nonsense focados na diversão descompromissada, Katamari Damacy é um título fortemente recomendado. Arrume uma versão para seu console e divrita-se.

2 comentários:

  1. Katamari é realmente um excelente jogo. Também é um dos jogos mais cómicos que eu joguei.

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    Respostas
    1. É verdade. É um dos jogos mais hilários que já tive o prazer de jogat tbm^^

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